Jimmy Dludlu e Isabel Novella colocam Centro Cultural Universitário em chamas

jimmy_620A etnia Machope, da região sul do país, já  é conhecida pelo mundo fora pela Timbila do ” Baba Venâncio”. Mas seu apetite pela música tem vindo a mostrar que vai para além disso, dois machopes, Isabel Novella e Jimmy Dluldlu, crescidos em Maputo são a prova disso. Trilham seus passos nas influências do Jazz que beberam ao longo da vida. Ambos jorraram notas musicais na audição do público que acorreu ao Centro Cultural Universitário da Eduardo Mondlane.


Texto: Leonel Matusse Jr.

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O cavalheirismo veio ao de cima, Isabel Novella abriu o concerto acompanhada da sua banda. Como já é habitual nas suas apresentações, reinventou as faixas do seu projecto primogénito, “Isabel Novella”.

No concerto ouvia-se mais a banda e o corista que a voz da musicista. Animada, Isabel Novella fez parecer que o problema de som não existia. O público, entretido, foi fazendo a festa. Afinados, eles acompanhavam em coro os sucessos de Novella. A música “Moya” é o seu maior sucesso, mas foi o tema “Xonguile”, marrabenta original de José Barata, que deixou o auditório extasiado.

Acompanhada do seu percepcionista, Samito Tembe, gravou ao vivo a música em homenagem a sua mãe.

Jimmy queimou a coluna

Depois da Novella, Jimmy Dludlu fez “filme” naquele palco: ao colo carregava sua arma de guerra (a guitarra), entre os dedos, sem misericórdia disparou para as vítimas (o público), estes sem mecanismos de defesa, responderam aos gritos, rendidos, soltaram uma salva de palmas.

Como se o dedilhar naquele instrumento, lhe permitisse dizer tudo o que a com as palavras não conseguia, Jimmy exprimiu seus sentimentos.

Seu corpo acompanhava o ritmo. Numa animação invulgar, Jimmy voltou a alegria infantil: saltava, brincava, cantava e dançava para o delírio dos presentes.

Jimmy ordena: “cantem comigo: we got a funk/we got the funk”. O público, obediente, desafinado, responde:” we got the funk”.

Quem reincarnou naquele “quinto membro” (guitarra) do Jimmy, foi Michael Jackson, na faixa “bad” e guitarrista, ainda deslisou pelo palco, no lendário passo “moon walk”.

A euforia de Jimmy era contagiante. Omnipresente, ele preenchia todo auditório enquanto executava o seu ritmo. Quando o concerto estava morto, parecendo já ter dado tudo que tinha para dar, eis o “climax”: Jimmy coloca a guitarra sobre a nuca e interpreta algumas faixas. O seu reportório foi uma síntese da sua carreira de enormes sucessos, para além das canções populares que foi adequando ao seu Jazz.

Não só de guitarra foi feita a festa, houve espaço para deliciar a audição com instrumentos de sopro: um saxofone tenor, trombone pisto e trompete, ao comando de três estudantes de Jimmy Dludlu na vizinha África do Sul. Para além deles, o guitarrista se fez acompanhar da banda que o acompanha há 25 anos

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