Por: Pedro Pereira Lopes
Um comandante da polícia namorava uma menina de quinze anos. A rapariga emprenhou. Os seus pais fizeram queixa no tribunal, pois ela era menor e o agente da lei e tranquilidade jurava inocência.
O homem, a prever insuprível vergonha e temendo uma possível licença do cargo, procurou por um curandeiro e pediu-lhe que fizesse desaparecer, temporariamente, o seu falo. No dia do julgamento, depois de ouvidas as acusações, o comandante, testemunha de si mesmo, disse em tom piedoso:
É pura calúnia! Como a poderei ter engravidado, se há muito que não possuo a arma do crime? Dito isso, ele baixou as calças e viu-se que era liso. Estava careca como um ovo. As reacções, à surpresa, foram mistas: alguns riram-se, lamentando a fortuna do homem; outros xingaram a menina.
No dia seguinte à confusão, o comandante revisitou o curandeiro, para reaver o que era seu, de direito de nascimento. O mágico tinha morrido, naquela mesma manhã, atropelado.