Um soneto não salvou o mundo, mas disse-lhe tudo. Foi com esta fidelidade à forma e sensibilidade ao tempo que “aromas de fumaça”, original assinado por Zacarias Nguenha, foi seleccionado pela Gala-Gala Edições para integrar a edição especial do Dia Mundial da Poesia 2025.
O manuscrito será publicado ainda este ano na colecção Biblioteca de Poesia Rui de Noronha, uma das mais prestigiadas linhas editoriais da casa moçambicana. A decisão foi anunciada esta quinta-feira, em Maputo, após análise da comissão editorial responsável pela chamada pública.
Segundo a editora, a obra distingue-se pela “voz profunda e despretensiosa do seu sujeito de enunciação” e por uma “engenhosidade notável” na recriação do soneto, ora respeitando a estrutura clássica 4-4-3-3, ora explorando variantes como 4-4-4-2 e 5-4-2-1. O poeta recorre amplamente ao decassílabo, alternando entre sonetos rimados e brancos, sem perder a musicalidade e o peso emocional da linguagem.
Zacarias Nguenha, nascido a 20 de Fevereiro de 1994, em Munhinga, distrito de Sussundenga, é professor de Língua Portuguesa em Gondola (província de Manica). Publicou em 2024 o seu primeiro livro, Confissões da Madrugada.
Agradecemos a todos os candidatos à chamada e estamos compromitidos com a valorização da poesia moçambicana”, disse a Gala-Gala Edições, sublinhando o papel da palavra poética como “instrumento de expansão emocional e intelectual”.
O lançamento de aromas de fumaça está previsto para o segundo semestre de 2025.
