Parece que os deuses do humor – ou pelo menos os seus mais talentosos emissários terrestres – decidiram presentear a lusofonia com uma espécie de “Super Friends” da comédia. Chama-se “Tons de Comédia”, uma boyband do stand-up que promete fazer pelas gargalhadas o que os Backstreet Boys fizeram pelo pop nos anos 90 (mas, felizmente, sem calças de cabedal).
No elenco desta produção cósmica do riso: o angolano Gilmário Vemba (que os moçambicanos conhecem bem, seja como o irreverente Ti Martins dos Tuneza, seja como o astuto mestre de cerimónias do “5 Para a Meia-Noite”), o português Hugo Sousa (que já deve ter feito rir até as estátuas do Marquês de Pombal) e o brasileiro Murilo Couto (cujo humor é tão afiado que até a Amazon Prime não resistiu).
Juntos, formam o trio que pode muito bem ser a resposta lusófona à pergunta: “Quantos comediantes são precisos para mudar uma lâmpada?”
A digressão, anunciada no podcast “Humor À Primeira Vista”, da publicação portuguesa Expresso, promete levar esta “boyband” do riso a dez países, incluindo Moçambique. França, Irlanda e Suíça estão na lista – porque, aparentemente, até os países mais sérios do mundo precisam de uma dose de humor em português. Mas é nas terras lusófonas que a coisa deve pegar fogo: Lisboa, Luanda, São Paulo e, claro, Maputo estão no roteiro.
Gilmário Vemba, o nosso “herói local” nesta história, já tem créditos firmados em solo moçambicano. Se o seu Ti Martins nos Tuneza nos fez rir até chorar, e se no “Taskmaster” mostrou que consegue ser hilariante mesmo quando está a perder feio, imagine o que pode fazer ao lado de Sousa e Couto. É como juntar piri-piri, alho e óleo de palma: cada um bom por si, mas explosivos em conjunto.
Em entrevista, o trio confessou que um dos grandes objectivos é criar um circuito de comédia lusófono – algo entre o “Festival da Canção” e uma sessão de terapia colectiva, mas com mais piadas e menos baladas dramáticas. Hugo Sousa, veterano do stand-up português, e Murilo Couto, o brasileiro que consegue fazer rir até quem não entende metade das suas gírias, completam o pacote.
E não podia faltar a reverência a Ricardo Araújo Pereira, o “padrinho” da comédia moderna em português. Se RAP é o equivalente humorístico ao D. Quixote, então estes três são os seus Sanchos Panças – cada um com o seu burro, mas todos prontos para aventuras.
Quando chegam a Maputo? Ainda não se sabe. Mas uma coisa é certa: quando esta “boyband” do riso desembarcar, é melhor prepararem os músculos abdominais. Porque vai doer – de tanto rir.
Fiquem atentos, porque esta turnê promete ser mais disputada que bilhetes para o casamento do Preto Show. E, convenhamos, provavelmente muito mais engraçada.