Cantinho das cores cruza Pandza e Indie no dia 25

O conjunto Cantinho das Cores celebra o 25 de Junho, dia da independência Nacional, em concerto cujo repertório é, essencialmente, uma fusão de Indie e Pandza.
A ser transmitido nas páginas do Facebook e Instagram da Fundação Fernando Leite Couto (FFLC), a proposta de May Mbira, Trkz e Nandele que compõem o projecto, é fazer uma ode às suas influências.
Partindo do significado do feriado (Independência), o set vai buscar sonoridades do movimento Indie (corrente global de música independente com origens no rock, new wave e o cenário da música electrónica…) para cruzar com o Pandza, género moçambicano que nasceu no meio urbano de Maputo, a misturar a Marrabenta com recursos sonoros electrónicos.
“Nossa música é indie e misturamos todas as nossas influências de música moderna com o pandza”, disse o beat maker Nandele Maguni, em entrevista pelo WhatsApp, a explicar o significado da exibição que terá a duração de meia hora.
“Cantinho das Cores é um projecto de ode aos beat makers nacionais que popularizaram o pandza e as nossas influências de produção musical”, esclareceu Nandele, que igualmente integra os projectos Os Cortadores de Lenha, The Mute Banda além dos seus trabalhos individuais.

Habitualmente, nos concertos ao vivo, a banda concebe um alinhamento alegre, no qual o contacto humano funciona como uma espécie de energia que os move em palco. No contexto live-stream imposto pela pandemia do novo coronavírus, essa possibilidade morre.
“Pelo menos do meu lado”, reagiu Trkz, “acho uma seca”. O palco, parafraseando Cremildo Bahule, é o altar, é um encontro que pode transcender ao estágio de um ritual. É como aquele momento em que o Chef olha fixamente para o rosto de quem prova um prato seu. E do lado é o encanto com um misto de “mais alguma coisa” de quem degusta, se lambuza, ou não.
“[Este modelo de exibição] me deprime [na verdade] aborrece-me”, prosseguiu Trkz, que recentemente disponibilizou nas plataformas de streaming o single “Belleville”. Mas as circunstâncias só abrem as janelas da telinha dos smatphones, laptops, tv`s. A pandemia impõe distanciamento social. Por enquanto, reconhece, só resta conectar-se por esses fios e algoritmos.
O intérprete, compositor e produtor nem por isso deixa de reconhecer que o novo modelo “abre um espaço para levar os concertos além fronteira mais facilmente”. Nesta questão resta esperar que tudo passe e o público volte a encontrar-se com os seus músicos favoritos num espetáculo.

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