A poetisa e dinamizadora cultural Énia Lipanga é um dos nomes confirmados na programação do 10.º Festival de Poesia de Lisboa, evento que reunirá, em Julho, escritores de diferentes geografias lusófonas na capital portuguesa.

Com uma trajectória marcada pelo engajamento em causas sociais, Énia tem-se destacado na defesa dos direitos das mulheres e na promoção da inclusão de pessoas com deficiência. Trabalhou como locutora e repórter em vários meios de comunicação moçambicanos, entre eles a Super FM, Rádio Pamodzi, Gungu Televisão e Correio da Manhã.

Como artista, criou o sarau “Palavras São Palavras”, espaço dedicado a artistas periféricos e emergentes, e fundou o movimento Incluarte, que apoia artistas com deficiência. A sua poesia e performances exploram temas como identidade, género e ancestralidade, atravessando questões sociais profundas.

Em 2024, Énia Lipanga realizou a digressão “Composta de Ti(s)” no Brasil, participando em saraus, palestras e encontros académicos em São Paulo, Rio de Janeiro e Florianópolis. Nessa viagem, firmou parcerias importantes, como o projecto de escrita com a consagrada autora Conceição Evaristo. Ainda no Brasil, foi homenageada com o lançamento de uma linha de roupas inspirada no seu poema “Sou África” (2018) e agraciada com a Medalha de Direitos Humanos na Conferência de Direitos Humanos e Povos Originários, em Roraima.

Autora dos livros “Sonolência e Alguns Rabiscos”, o primeiro livro de poesia em tinta e braille publicado em Moçambique , “Para Enxugar as Nódoas dos Meus Olhos” e “Ensaios da Partida”, Énia Lipanga é hoje uma referência da literatura moçambicana contemporânea. Já levou a sua palavra a palcos literários e culturais em Portugal, Espanha, Alemanha, Estados Unidos, Brasil, África do Sul, Angola e Botsuana.

Em 2024, foi distinguida como uma das 10 mulheres mais inspiradoras e agentes de mudança pela revista Hamasa Magazine e incluída na lista das 100 personalidades negras mais influentes da lusofonia.