O papel da mulher na indústria da música foi o mote de debate vibrante que juntou, ontem, no Centro Cultural de Belém (CCB), em Portugal, músicos e pesquisadores, com destaque para a participação da aclamada cantora moçambicana Selma Uamusse. 

Sob o título Círculo de Mulheres — Uma Conversa sobre o Papel da Mulher na Indústria da Música, o evento reuniu seis vozes femininas de diferentes vertentes da música, promovendo uma reflexão aberta e inclusiva sobre os desafios e conquistas das mulheres no meio artístico.  

Organizada pela Faculdade de Arquitectura e Artes da Universidade Lusíada, a iniciativa contou com a presença de Selma Uamusse, conhecida pela sua poderosa voz e pela fusão de influências africanas e contemporâneas, que partilhou a sua experiência como mulher e artista no panorama musical. 

Além dela, participaram outras talentosas músicas portuguesas: Ana Lua Caiano (cantora e instrumentista), Inês Vaz (acordeonista), Jéssica Pina (trompetista e cantora), Inóspita (guitarrista) e Margarida Campelo (pianista e cantora).  

A moderação ficou a cargo de Isabel Campelo, coordenadora da licenciatura em Jazz e Música Moderna, e do acordeonista João Barradas, cuja presença reforçou a importância de incluir os homens nesta discussão. 

“Este tem de ser um debate também com homens”, destacou Helena Botelho, diretora da faculdade e uma das organizadoras.  

O evento, que decorreu entre as 18h e as 20h, abordou temas como a representatividade feminina, os obstáculos enfrentados por instrumentistas em géneros dominados por homens, como o jazz, e o impacto de casos recentes de assédio na indústria. 

Joana Machado, docente da licenciatura, sublinhou a urgência do debate: “Num mundo ainda predominantemente masculino, é essencial dar voz às mulheres, especialmente numa indústria musical pequena como a portuguesa, onde a representação feminina em nichos é ainda menor.”  

A presença de Selma Uamusse trouxe uma perspectiva internacional e enriquecedora, reforçando a ligação entre Portugal e Moçambique no diálogo sobre igualdade de género na música. 

O debate encerrou com um apelo a maior inclusão e oportunidades para as mulheres no sector, deixando um convite à ação para toda a sociedade.  

Um momento marcante para a música lusófona, celebrando a força e a diversidade das vozes femininas.