“Quem disse que as mulheres não podem fazer uma serenata?” Com essa pergunta, há sete anos, a Banda Kakana deu início a um movimento artístico que ecoa até hoje. Na próxima sexta-feira, 7 de Março, a banda subirá ao palco da Sala Grande do Centro Cultural Franco-Moçambicano (CCFM) para a sétima edição do espectáculo que leva esse nome. 

Inspirado na canção “Serenata”, do primeiro álbum da banda, o projecto celebra o empoderamento feminino através da arte, reunindo vozes, instrumentos e movimentos que contam histórias de resistência e transformação.  

Este ano, o evento acontece sob o lema “A arte feminina contra a opressão”, reforçando o papel das expressões artísticas na luta pela igualdade e justiça. 

Yolanda Kakana, vocalista e mentora do projecto, explica que a serenata além de um espectáculo é um espaço de encontro, partilha e celebração da força das mulheres. 

“A arte é uma ferramenta poderosa para desafiar estereótipos e construir novos caminhos”, afirma.  

Além da actuação da Banda Kakana, o espectáculo reunirá um elenco diversificado de artistas nacionais para compor um mosaico de expressões. Entre convidados estão Orlanda da Conceição, cantora e instrumentista de contrabaixo, cuja base sonora promete envolver o público, e Beauty Sitoe, que trará ao palco a riqueza da mbira e da ancestralidade. A rapper Iveth Mafundza, conhecida por suas letras afiadas e poéticas, promete levantar questões urgentes sobre a condição da mulher na sociedade, enquanto Iveth Vales, com seu saxofone, e Catarina Rombe, com sua flauta, entrelaçarão melodias que prometem emocionar.  

A celista Ângela Come e a bailarina Anneliese Huber completam o elenco, trazendo camadas de profundidade e movimento ao espectáculo. A poetisa Ema de Jesus também marcará presença, encerrando a noite com palavras que prometem resumir o espírito da celebração.  

Como é tradição, o evento contará com uma homenagem especial a uma figura icónica da música moçambicana, cuja identidade será revelada apenas durante o espectáculo. Essa surpresa, que já se tornou uma marca registrada do evento, é aguardada com grande expectativa pelo público.  

“Quem Disse que as Mulheres não Podem Fazer uma Serenata?” promete ser uma noite inesquecível, reafirmando o poder da arte como instrumento de luta e celebração.