“Tempos de Mundança” de Leidito Penga na Fundação Fernando Leite Couto

A Fundação Fernando Leite Couto inaugura esta quarta-feira, 05 de Abril, as 18 horas, a exposição individual “Tempos de mudança”, do artista plástico Leidito Penga.

As obras representam o trabalho mais recente do artista plástico usando técnicas de com colagem de serradura sobre tela. As obras são feitas de materiais amigos do ambiente, resultando numa composição de formas abstractas e simbólicas, que nos envolvem em labirintos e espirais de entradas incertas e difícil solução.

As linhas e as cores com que vai construindo as suas telas revelam o ritmo predominante dos movimentos tais como ondas sonoras de reminiscências reconhecidas nas experiências emocionais da sua vida.

Leidito Penga não se limita a olhar para os problemas das suas pequenas aldeias, algures na Namaacha, Inhambane ou outros pontos do País, mas, à imagem de outros jovens, olha para além-fronteiras, preocupado com o futuro e com meio ambiente. Nas suas obras, manifesta-se contemporaneamente dialogando com a percepção do tempo presente em mudança acelerada.

“As cores tomam lugar despertando em nós uma variedade de emoções como que num movimento musical proporcionado pelas ondas sonoras. No perfil dos quadros, o abstracto ganha contornos variados, como se o artista procurasse reter a vida que tão cedo apresentou vários desafios pela frente, esculpindo”, considera a curadora da exposição, Yolanda Couto.

Leidito Penga é um jovem artista moçambicano, nascido a 26 de Maio na década 90, no distrito de Namaacha, Província de Maputo. Em 1994, muda-se para Inhambane e influenciado pelos familiares que faziam tecelagem, artesanato e decoração de casas usando barro, dá os primeiros passos na vida artística antes mesmo de ingressar na escola.

Em 2004, vê-se obrigado a regressar a Maputo para prosseguir os estudos, deixando para trás família e amigos. Fixa-se novamente na Namaacha, em casa do seu tio Arnaldo Penga, onde foi aperfeiçoando a sua técnica e criatividade, apesar das dificuldades em adquirir material convencional para o trabalho.

A sua vida nunca foi fácil, mas tornou-se mais difícil quando em 2011 perde o seu tio e encarregado de educação. Contrariamente ao que seria previsível, este episódio alavancou a veia artística de Leidito, tendo criado um ateliê comunitário que fazia a reciclagem de papel e madeira para produzir vasos e esculturas artesanais o que lhe permitiu desenvolver trabalhos originais. No mesmo ano, realizou a sua primeira exposição no Auditório Municipal da Matola. A persistência e audácia de Leidito Penga, deu os seus frutos. No seu percurso contam-se vários intercâmbios culturais internacionais com norte-americanos, alemães e japoneses, festivais culturais e exposições.

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