Um profissional de cinema só cresce se tiver muita rodagem e se se expôr a vários ambientes

Ivan Barros acredita que os trabalhos corporativos, para além de serem uma ponte para adquirir ou aprimorar conhecimentos, permitem que os profissionais de cinema tenham rodagem.

“Eu acho que cada profissional só cresce se tiver muita rodagem e se se permitir estar exposto a vários ambientes”, partilhou Ivan Barros, produtor e realizador de vídeos e documentários instituicionais, durante sessão de conversa, no Centro Cultural Franco-Moçambicano (CCFM), no contexto da 13ª edição do Kugoma– Forúm de Cinema de Moçambique.

Ainda partilhando sua experiência profissional com o público, da área e não só, que se fez presente ao Auditório do CCFM, e falando, especificamente, sobre como se podem usar as habilidades do cinema para projectos corporativos, o Produtor realçou que os filmes instituicionais têm vantagens, uma vez que “enquanto em Moçambique se faz um ou dois filme por ano, filmes institucionais são feitos todos os meses por várias produtoras”.

Para Barros, juntar-se a produtoras e, por vezes, fazer trabalhos não remunerados é, também, uma forma de estar em rodagem, até porque, como explica o Realizador “é preciso trabalhar de borla para ganhar experiência porque no mundo corporativo e mesmo no cinema, um profissional  ou um técnico, não será contratado para aprender a fazer”.

Como forma de elucidar o público, colocou-se a contar sobre a sua experiência em trabalhos corporativos não-remunerados e,noutos casos, pouco-renumerados, mas em todas situações fora movido pela sede de aprender a fazer.

Os filmes de dança que nós fazemos hoje, temos conseguido orçamentos para pagar a produção, mas nem eu, nem o balailarino, que somos os donos do filme, ganhamos alguma coisa. E é como se estivéssemos a fazer de borla, mas temos um filme”.

E prossegue partilhando outra experiência que lhe ocorre, tempos em que trabalhava com produções sem remuneração. “Ja houve momentos em que eu trabalhei numa produção a custo zero, é mesmo curiosidade, pois é estando junto dos que sabem fazer que nós aprendemos a fazer.

Facturar deve ser consequência do Profissionalismo

Ivan Barros confessa que produzir vídeos institucionais, “permite-nos ter rodagem e quanto mais rodagem temos, mais segurança vamos ter quando estivermos no step.

É através dessa rodagem que se perde a “timidez” quando se vaitrabalhar com profissionais mais experientes. Entretanto, para o Produtor, “facturar” não será uma vantagem, mas consequência do profissiomalismo.

Não é por se estar no corporativo que se vai ganhar mais, mas porque o corporativo tem mais produções, então podemos ganhar mais” e continua: “em Moçambique, poucos filmes são produzidos por anosublinha que há, no mercado produtoras sem interesse em contratar alguns profissionais de cinema, devido a vários factores envolvidos, tal como explica “porque são mais caros ou porque o orçamentoo permite”.

Para o Produtor e Realizador, quanto mais profissional e mais projectos complexos as produtoras receberem, sentirão necessidade de contratar algumas pessoas para fazerem parte do projecto e é ai onde alguns profissionais  de cinema que estão em casa parados ou a fazer outras coisas que não tem a ver com essa arte de contar histórias, através de imagens em movimento, vão ganhar mais rodagem e mais dinheiro.

Recorde-se que Ivan Barros é produtor e realizador de vídeos e documentários instituicionais.  Barros é, desde 2019, produtor, realizador, director de fotografia e editor dos filmes de dança que tem feito com alguns artistas moçambicanos. Conta com premiações nacionais e internacionais. Pelos filmes “Último Berro” e “ Começa a Ficar Tarde” foi galardoado, no Festival de Documentários e Livros, na França.

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