Country Queen, série queniana na Netflix

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Seis episódios da série “Country Queen” fazem a estreia do drama queniano na Netflix com apoio DW Akademie.

Akisa, a protagonista, mora em Nairobi, longe da sua aldeia, onde deixou um passado que se fosse um desenho num papel A4, talvez o tivesse rasgado de tanto passar a borracha.

Uma doença repentina do pai, a fez regressar a casa onde nascera. As memórias, desobedientes da vontade de Akisa, trouxeram a superfície episódios que sempre quis esquecer.

O pensamento ou trauma (?) que a força a voltar a Nairobi é confrontado com a descoberta de uma mina por uma empresa do ramo que, como quase sempre em África, não tem escrúpulos no momento de enxotar os nativos – alguns com famílias seculares no solo por cima das minas – para explorar o minério. E acaba tendo de “decidir o que é verdadeiramente importante”, como escreveu a DW.

“O nosso país encontra-se numa fase crítica de transição política, social e económica”, disse o diretor Vincent Mbaya, citado no órgão referenciado, acrescentou que “a história da ‘Country Queen’ é oportuna e importante”.

Conforme a DW, o projeto teve início em 2017, quando os cineastas quenianos conceberam e começaram a desenvolver a história num workshop organizado pela produtora alemã Good Karma Fiction, apoiada pela DW Akademie.

Foi, continuamos a citar, a partir deste encontro inicial que “Country Queen” começou a ganhar forma. Um ano mais tarde, o Ministério Federal Alemão para a Cooperação Económica e Desenvolvimento (BMZ) começou a financiar o projeto-piloto, que foi produzido pela Good Karma Fiction.

Durante o desenvolvimento e filmagem, o projeto apostou na formação das pessoas envolvidas com workshops de realização, representação, câmara ou maquilhagem.

“Graças à ‘Country Queen’, existem mais atores qualificados na indústria cinematográfica e televisiva do Quénia”, afirmou o produtor Ravi Kumar.

O profissionalismo do projeto-piloto despertou o interesse da Netflix, que optou por co-produzir e distribuir a série, cumprindo o segundo objetivo do projeto: aumentar a visibilidade do setor criativo do Quénia.

“Apoiar o desenvolvimento e produção de uma série desta dimensão é uma abordagem relativamente nova para a DW Akademie”, lê-se na notícia da DW.

Porém, continua, a produção está de acordo com os objetivos da organização, que passam por promover os meios de comunicação e os fabricantes de meios de comunicação em toda a região.

“Queremos promover histórias africanas autênticas que nos convidem a mudar de perspetiva e a pensar fora da caixa.

O setor criativo africano desempenha um papel crucial na promoção da liberdade de expressão no continente”, disse Natascha Schwanke, diretora de Desenvolvimento dos Meios de Comunicação Social.

Corrupção, divisões urbano-rurais e o papel da mulher na sociedade são os principais temas da DW Akademie, sublinha a publicação. Detalhando que nos últimos cinco anos, este projecto apoiou um grupo de talentosos cineastas na criação da “Country Queen”, “Rainha da Vila” traduzido para o português, a primeira série queniana a chegar à Netflix.

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É licenciado em Jornalismo, pela ESJ. Tem interesse de pesquisa no campo das artes, identidade e cultura, tendo já publicado no país e em Portugal os artigos “Ingredientes do cocktail de uma revolução estética” e “José Craveirinha e o Renascimento Negro de Harlem”. É membro da plataforma Mbenga Artes e Reflexões, desde 2014, foi jornalista na página cultural do Jornal Notícias (2016-2020) e um dos apresentadores do programa Conversas ao Meio Dia, docente de Jornalismo. Durante a formação foi monitor do Msc Isaías Fuel nas cadeiras de Jornalismo Especializado e Teorias da Comunicação. Na adolescência fez rádio, tendo sido apresentador do programa Mundo Sem Segredos, no Emissor Provincial da Rádio Moçambique de Inhambane. Fez um estágio na secção de cultura da RTP em Lisboa sob coordenação de Teresa Nicolau. Além de matérias jornalísticas, tem assinado crónicas, crítica literária, alguma dispersa de cinema e música. Escreve contos. Foi Gestor de Comunicação da Fundação Fernando Leite Couto. E actualmente, é Gestor Cultural do Centro Cultural Moçambicano-Alemão

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