Próximo álbum de Frank Paco poderá incorporar maloya

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“Estou a escrever e a descobrir os ritmos daqui que me levam para Moçambique também”, disse Frank Paco, baterista moçambicano actualmente a residir na Ilha Reunião.

O músico, essencialmente de jazz embora incorpore frases de outros ritmos e géneros no seu trabalho, que esteve a residir durante vários anos na África do Sul, prometeu que no próximo álbum “haverá elementos do maloya, xiquitsi (também tocado na ilha)”.

Já integrado na cena artística local, Frank Paco tem recebido convites de outros músicos para colaborações e concertos, o que o deixa feliz com a integração que está a ter assim como a aceitação dos seus pares.

“A coisa que me faz sentir bem aqui é a maneira como sou acolhido, eles tem a cultura moçambicana”, disse o baterista, pouco depois de se apresentar no Kervenguen, o venue onde estão a decorrer os showcase do IOMMA.

Em palco, Frank integrou a banda Kombo, um quarteto da Ilha Reunião, que entretanto, por motivos de força maior, actuou em trio. “Nem se percebia que faltava um membro da banda”, comentou o jornalista José dos Remédios.

A banda Kombo, aposta numa fusão de ritmos que atravessam pela rumba, o batuque do maloya (que se parece com a do tufu), reggae com uma frescura tropical.

Nas músicas “Quarantine” e “Tizane Amaré” sente-se ainda mais a mão do músico moçambicano em termos sonoros. Estão ali incorporadas nuances que já tínhamos sentido nos Tucan Tucan, Virtual Jazz Reality, Loading Zone, seus projectos anteriores de maior relevo, assim como nos álbuns “Buyanine” e “New horizon”.

“Estávamos a mostrar o nosso trabalho na expectativa de nos apresentarmos noutros lugares”, concluiu Frank Paco que foi aclamado pelos músicos da banda de Radja Ali, entre outros.

O IOMMA é a sigla do Mercado de Músicas Oceano do Índico, para o qual são convidados produtores, programadores, jornalistas e outros intervenientes da indústria musical da costa para ver bandas e músicos que poderão “bukar” para os seus espaços de actuação.

A delegação moçambicana presente no IOMMA é composta por representantes do Conselho Municipal da cidade Maputo – vereação da Cultura, Director Geral da Khuzula Investimento Paulo Chibanga, a Banda Rahja Ali, a Associação Iverca e os jornalistas José dos Remédios e Leonel Matusse Jr.. Assim como a banda do Radjha Ali, composta por Amade e Nando Morte (percussionistas), Sílvio (guitarrista), Sidney (baixo) e Paulo Borges (eng. de som).

Para Moçambique, a expectativa está em alta para vermos Radjha Ali hoje às 21.30 de Saint Pierre (19.30, em Moçambique).

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É licenciado em Jornalismo, pela ESJ. Tem interesse de pesquisa no campo das artes, identidade e cultura, tendo já publicado no país e em Portugal os artigos “Ingredientes do cocktail de uma revolução estética” e “José Craveirinha e o Renascimento Negro de Harlem”. É membro da plataforma Mbenga Artes e Reflexões, desde 2014, foi jornalista na página cultural do Jornal Notícias (2016-2020) e um dos apresentadores do programa Conversas ao Meio Dia, docente de Jornalismo. Durante a formação foi monitor do Msc Isaías Fuel nas cadeiras de Jornalismo Especializado e Teorias da Comunicação. Na adolescência fez rádio, tendo sido apresentador do programa Mundo Sem Segredos, no Emissor Provincial da Rádio Moçambique de Inhambane. Fez um estágio na secção de cultura da RTP em Lisboa sob coordenação de Teresa Nicolau. Além de matérias jornalísticas, tem assinado crónicas, crítica literária, alguma dispersa de cinema e música. Escreve contos. Foi Gestor de Comunicação da Fundação Fernando Leite Couto. E actualmente, é Gestor Cultural do Centro Cultural Moçambicano-Alemão

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