O Bom Combate de Edna Jaime leva ZKB

Desde cedo, Edna Jaime provou ser uma artista dinâmica e de muitas ambições. Interessou-se pela dança, ainda na infância, através de ritmos tradicionais, e começou a frequentar a Casa da Cultura, em Maputo, com apenas nove anos.
Em 2001, descobre-se na dança contemporânea, este campo por onde vai escrevendo a sua história há mais de duas décadas, e através do qual tem feito ecoar o nome de Moçambique além fronteiras. Com a coregrafia “O Bom Combate”, a bailarina moçambicana, Edna Jaime, conquistou o prêmio Reconhecimento ZKB – 2021, na Suiça.
A distinção é atribuída pelo Banco Cantonal da Suíça (Zürcher Kantonalhank), desde 2016, por ocasião do Festival de Artes performativas de Zurique (Zürcher Theater Spektakel). Criada justamente em 2016, a peça é interpretada por Edna Jaime e Francisco Macuvule, como percursionista de tambores e conta com Caldimo Perema, nos desenhos de luz.
A performance relata o dia-a-dia dos moçambicanos, num momento em que eram sufocados por uma dura crise económica, resultante de escândalos políticos, como as dívidas ocultas, ora em julgamento. Este trabalho resume-se em casar o tradicional com o contemporâneo, com o desejo de transmitir a força, resiliência e luta pelo bem comum como traços identitários dos moçambicanos.
A bailarina assume a missão de passar o testemunho às gerações vindouras como o seu bom combate, garantido que “continuarei trabalhando afincadamente para que Moçambique continue presente, forte e firme no mapa da Indústria Criativa Mundial”, escreveu a artista numa rede social.
Edna Jaime dedica o prémio ao povo moçambicano e promete não medir esforços para elevar as cores de Moçambique ao mais alto nível. “Eu sou grata a Deus pelo dom de comunicar e enaltecer a minha bandeira além fronteiras através da Dança, sou igualmente grata aos meus colegas, as várias instituições artístico-culturais que me tem apoiado e a todos artistas que me antecederam com quem muito aprendi”.
“O Bom Combate” é descrito pelo júri do ZKB -2021 como um trabalho que transpõe as barreiras do tempo, destacando-se como ponte entre o passado, o presente e o futuro. No ano da sua criação, em 2016, este espectáculo venceu o 1º prémio do Concurso de Dança Contemporânea da Delegação da União Europeia em Moçambique.

Edna Jaime é uma performer, natural de Maputo. Formou-se em dança tradicional e canto na Casa da Cultura de Maputo.
Criou a sua primeira obra “Niketche” em 2005, um trio feminino apresentado na 6ª edição do Danse L’Afrique Danse. De entre várias participações dentro e fora de país, destaca o projecto de colaboração artística entre Moçambique, África do Sul e Madagáscar “Lady, Lady” juntamente com Désire Davids e Gaby Saranouffi.
Em 2020, no âmbito da programação #FrancoEmCasa do Centro Cultural Franco-Moçambicano, estreou “Um Segundo”, a sua primeira performance em formato online, partilhando a direcção artística com o videógrafo Ivan Barros.

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