Hortêncio Langa não resiste a COVID19

O músico, artista plástico e escritor moçambicano Hortêncio Langa perdeu a vida hoje, aos 70 anos, confirmou um membro da família numa curta chamada telefórica.

Há uma semana que Hortêncio Langa se encontrava internado no Hospital de Polana Caniço na cidade de Maputo, a tratar-se de COVID-19.

De acordo com uma fonte familiar, o artista não resistiu a não resistiu a uma complicação pulmonar.

Pessoas próximas do autor de vários hits, como “Alirandzo”, contam que desde a quinta-feira da semana passada que vinham recebendo informações sobre a sua recuperação e já previam uma alta para os próximos dias.

“É uma grande perda para as artes”, disse uma colega, que preferiu não ser identificada neste momento de dor e de pesar.

Hortêncio Ernesto Langa além de ser músico formado pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade Eduardo Mondlane foi também Docente de História da Música na mesma Instituição, tendo já sido professor de trabalhos manuais e de desenho em Escolas Secundárias.

Langa foi um artista multifacetado, reconhecido no espaço cultural moçambicano como músico, pintor e escritor. Compôs, executou guitarra e foi cantor que fez-se conhecer por temas que o colocam como uma referência da música moçambicana.

A sua carreira musical define-se em 1963, quando, em Manjacaze, começou a tocar gaita, guitarra de lata e a cantar. Iniciou-se na guitarra com José Mucavel, seu amigo de infância e com 12 anos, em Chibuto, criou o seu primeiro trio com Wazimbo e Miguel Matsinhe, também seus amigos de infância, os Rebeldes do Ritmo.

Depois de participar em duas bandas enquanto cumpria o serviço militar em Nampula, e da banda afro-rock Monomotapa, com Arão Litsuri, conheceu o seu baptismo internacional, em 1979, quando se desloca a Cuba, Jamaica e Guiana, pouco depois da visita de Samora Machel àqueles países. Com a integração de João Cabaço, o duo passou a trio.

Langa e o seu trio participaram do Festival de Neubrandenburg, na então República Democrática Alemã. Da participação resultou um álbum de grande valor histórico e cultural para o nosso país.

Nos últimos anos, manteve a sua carreira a solo, com participação em concertos do TP50, conjunto do qual foi fundador.

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