NWANTSUKUNHANA KHANHISSANE: A poetisa suburbana poenhazilando com a covid-19

Tóquia Nhavene

Mesmo com a pandemia covid-19 os artistas não param de trabalhar, como é o caso da poetisa Nwantsukunhana khanhissane, ela que mesmo com o distanciamento social não para de produzir textos.

A poetisa residente no barro Ferroviário, na periferia da cidade de Maputo, com os seus dois irmãos e os seus pais. Fez o seu ensino primário e secundário na Escola Primária Completa do Triunfo e concluiu o ensino médio na Escola Secundária Eduardo Mondlane. Tem vários poemas escritos e é membro do grupo “Seja Poesia Que Há Em Si”.

Agora vamos acompanhar a vida da Nwantsukunhane durante a quarentena.

O que tem feito durante os dias de isolamento social?

 Passo os meus dias a meditar, leio, escrevo e escuto música. Essas actividades me tem ajudado muito .

De que maneira isso tem te ajudado?

Lendo livro, principalmente literários, aprendo, exercito a minha mente. Com o isolamento social tenho mais tempo para escrever, melhorar a minha escrita. A música acalma o meu físico e íntimo.

O que faz muita falta?

Como todos sabem, não está a ser fácil, é difícil ficar distanciada de tudo e todos. Meus olhos estão famintos de ver tudo e todos, tenho saudades de ouvir as ondas do mar a cantarem. Tenho saudades de ver os meus amigos e familiares. Acho que nesses dias que ficamos distanciados aprendemos a dar importância a actos simples como o abraço. Quando o caos passar espero abraçar todos que estimo com muita intensidade, que nenhum físico jamais calculou.

Assim que está em casa sem poder ficar perto de nada e nem de ninguém, será que já não tem nenhuma fonte de inspiração? O que a inspira?

 Inspiração é o que não falta. Eu me inspiro em muita coisa, mesmo estando em casa: o céu azul, os pássaros, o silêncio, tudo me inspira.

O que acha que pode ou que vai acontecer depois da covid-19? Será que a arte em particular vai paralisar?

Risos. Me é difícil dizer, o que acontecerá depois desse massacre de vidas humanas, por conta da covid19 . Já aconteceram muitas pragas e horrores como as duas guerras mundiais, guerra fria, peste negra. Aqui em Moçambique, no ano de 2000, tivemos as cheias e recentemente os ciclones: Idai e Kenneth. Nada é pior que tudo e tudo não pior que nada. Só tenho a dizer o seguinte: O ser humano vive para sofrer e vencer. Nós venceremos a covid19 e tudo ficará tranquilo como antes.

Qual é o conselho que deixa para os artistas e a sociedade no geral?

Meditem muito. Meditar não é só: pensar ou ponderar. Meditar também é ler, cantar, escrever, dançar , desenhar e outros formas de expressar ou dizer arte. E como diz o nosso lema, termino assim dizendo: Fique em casa.

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