Tenho mil almas em mim

Foi em Maio, no campus da UEM, no meio do concerto do festival Azgo que percebi que eu era um mensageiro, que existiam mais de mil almas em mim. Percebi que cada personagem que crio é uma alma, com personalidade, com vida própria, percebi que meus dedos tem trazido ao mundo entidades de além-mundo.

Peguei no meu bloco, anotei cinco títulos. Esbocei uma crónica medíocre. Em palco estava Nelson Freitas, se não me engano. A música deixou de tocar, todos faziam mímica e as personagens que criei falavam comigo. Vão dizer que não estava lúcido. Infelizmente eu e Matusse Jr. tinhamos nos bolsos canetas e blocos de notas. No fim foi um óptimo concerto.

Voltei a redacção para escrever a crónica de espectáculo, abri o bloco e só tinha anotado os títulos e o esboço da crónica. Afastei os papéis e redigi a vibração daquele evento. Matusse jr. fez o mesmo e o texto saiu.

No dia seguinte elogios e duas quintas depois saiu o primeiro texto da minha série de textos, os meus 29 cães. Amanhã já não terei mais um. Mas sobre este cão prefiro não escrever.

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