Perdi a minha melhor crónica

No texto falava sobre um dos meus 29 cães. A prosa foi escrita com inspiração, saí do banho, enxuguei o corpo, meus dedos secos tocaram o teclado e redigiram um texto que expressava todos os meus sentimentos.

Era uma crónica simples, mas com técnicas, estilo, poesia. Confesso, deu-me vontade de chorar depois de ler o texto pela segunda vez. Li pela quarta em voz alta e não acreditei que cheguei naquele nível de escrita.

Estava cansado, adormeci sem efectuar a ligação. Acordei às 3 horas e mandei uma sms a me desculpar. Abri o laptop e escrevi mais um texto. Procurei pela crónica sobre os cães e não encontrei. Usei todos os métodos que conheço. Entrei no youtube, teve vídeo aulas, implementei todas e não recuperei o texto.

Já que a tecnologia não ajuda, saí da cama, fiquei de joelhos e rezei, pedi a intervenção do Senhor. No final, disse um AMÉM com convicção e voltei ao computador crente que encontraria o texto e nada.

Voltei a ficar de joelhos, agora pedi inspiração para redigir o mesmo texto. Estou quase na décima terceira linha e ainda não disse nada de concreto. Estou a gastar o tempo do meu leitor com uma prosa sem destino e sinto que cada vez que escrevo o texto esqueço dos escritos da minha melhor crónica.

Fiquei 10 minutos estático, até pensei em quebrar o laptop, mas ele não era culpado. Meditei e percebi que perdi. Tirei meus dedos do teclado e beijei um por um e agradeci a Deus por me dar inspiração e audácia para me justificar perante os meus leitores.

“Estou vivo e ainda vou redigir a minha melhor crónica. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, amém!”.

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