Covid 19 e os prejuízos nas indústrias culturais e criativas em Moçambique

Escrito por Roberto Isaías

Coronavírus é um caso sério, pelo qual devemos todos nos preocupar e tomar medidas urgentes, visando impedir que se propague e instale um caos. Esta pandemia está a reduzir as oportunidades de trabalho dos artistas, promotores, revendedores de obras e casas de pastos.

Temos de nos reinventar para fazer face ao contexto dramático que vivemos para a subsistência, com o risco de colapsarmos. Eu não fujo a regra como os outros colegas artistas, estamos na vanguarda, nas plataformas digitais e meios de comunicação social na sensibilização, para reforçar as acções e medidas do Governo no combate à pandemia Como fazedores e líderes de opinião.

Há grandes prejuízos para indústrias culturais e criativas com o cancelamento de shows e adiamento de grandes festivais nacionais e internacionais, a título de exemplo Azgo, Zouk, carnavais, teatros, cinemas e até eventos de negócios como o CASP 2020-Mozambique

Investiment Summit, no geral actividades que dependem da aglomeração de gente para  sobreviver, onde os artistas são chamados a intervir as perdas são de bilhões de meticais. Sem estatísticas fiáveis no sector das Industrias Culturais e Criativas não é possível quantificar. Já não se pode contar com o dinheiro da bilheteira ou das vendas de produtos da restauração (comidas e bebidas).

Os prejuízos vão desde profissionais técnicos dos palcos até uma vasta rede de fornecedores, freelancers, motoristas, protocolos,seguranças e ao ambulante que vende cerveja, cigarros e comidas na porta do show.

Actualmente a industria Hoteleira de restauração sobrevive com pequenos shows que atraem grupos de pessoas para os restaurantes e bares, com intuito de assistir música ao vivo. Ficar sem trabalhar por longos períodos vai ser devastador para os artistas e para industria hoteleira. Não há turismo num país sem cultura salientou a Ministra da Cultura e Turismo há dias numa entrevista ao canal Televisivo STV.

É importante que o governo proponha medidas para ajudar os sectores das Industrias Culturais e Criativas. Estamos cientes do actual contexto económico, político e social, que coloca um grande fardo ao Governo mas,se nada se fizer pode causar angústia considerável, especialmente para promotores de eventos e artistas independentes.

É do domínio público que Ministério da Cultura e Turismo esta no processo de mapeamento dos artistas, empresários e promotores de eventos, é um bom sinal porque realmente as estatísticas que temos não são fiáveis, o Instituto Nacional de Estatística tem o senso populacional global feito com todo mérito, mais não responde especificamente a nossa Indústria.

O Pelouro da Cultura e Turismo da CTA, tem este assunto na matrix sectorial como prioridade há mais de dois anos, tenho o privilégio de participar no dialogo público e privado com o Governo. No entanto, para mostrar o real desempenho do sector da cultura na economia, sugere-se a aprovação e implementação de uma metodologia que permite a produção de estatísticas fiáveis para o sector das Industrias Culturais e Criativas.

Para o sector da cultura, propõe-se a criação de uma conta satélite a semelhança do sector do turismo, dada a vantagem que apresenta na medição da contribuição directa do sector nas contas nacionais, nomeadamente: o valor acrescentado bruto, o emprego e as exportações e importações. Igualmente deverá ser aprovada uma metodologia específica para cada ramo que compõe as indústrias culturais e criativas.

A luta contínua

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