Arranca hoje festival de teatro de rua

Tem lugar, hoje, na cidade de Maputo, o início da segunda edição do Festival de Teatro de Rua: Kuphanda (desenrascar).

Organizado pela Companhia das Artes Makwero, vai se estender até dia 2 de Novembro próximo.
Trata-se de um festival que será marcado pela apresentação de diversas peças de teatro por vários grupos da cidade e província de Maputo, no bairro de Mavalane B, ao pé do mercado Missavene, em Maputo. A programação integra ainda oficinas e debates relativos ao teatro de rua, tendo como público-alvo, os fazedores desta arte.
Vamos ao detalhe do programa. Para o dia de hoje, 28 de Outubro, a Fundação Fernando Leite Couto (FFLC) acolhe o debate subordinado ao tema “Teatro de rua: uma arte urbana democrática?”, a partir das 18 horas.
A conversa vai ser orientada pela Companhia de teatro Fadunito, da Espanha, que vem trabalhando em parceria com o festival Kuphanda, orientando workshops e oficinas. O objectivo deste debate, segundo Ernesto Langa, coordenador do festival, é discutir o conceito de festival de rua e a forma como pode ser aplicado em Moçambique.
Amanhã, a partir das 18 horas, inicia a apresentação de peças teatrais no bairro de Mavalane B. Vão actuar os grupos Anônimos, Fragmentados e Nhochane.
Para o dia 30, na mesma hora e local, espera-se pelas peças dos grupos Mono, Mintsu e Ximbitana. No dia 31 entram em cena CRA, Fadunito e Palhota.
Para o arranque do mês de Novembro, a programação integra Makwakwas, CTO e Makwero, que farão a festa nas ruas de Mavalane.
O último dia do festival vai ser marcado pela actuação de maior número de grupos, nomeadamente, Wuchene, Dzarasca, Makwerhinho, Fadunito e Marionetes gigantes. Está agendada ainda a entrega de certificados de participação aos grupos.

Tornar o teatro acessível

O coordenador do festival Kuphanda, Ernesto Langa, disse à nossa reportagem que um dos objectivos que o festival persegue é tornar o teatro acessível a todos os cidadãos. Ernesto, que artisticamente é conhecido como Estreante, sublinhou que há muitos grupos fazedores de teatro em Moçambique, mas sem espaço para apresentar os seus trabalhos nos espaços convencionais.
Ao Mbenga, Estreante disse que percebeu que o teatro tem falhado no seu papel enquanto instrumento de educação da sociedade, pelo facto de o público não se fazer às salas de teatro, muitas vezes, por falta de condições financeiras. Com este festival, acredita a fonte, o público poderá ter o contacto directo com esta arte sem precisar se deslocar para o centro urbano.
Assim, sublinha Langa, daqui a cinco anos espera ver mais companhias a realizarem este tipo de festival. Estreante diz que aumentaria o número de referências, facto que poderá incentivar os grupos a não desistirem de teatro. “Ainda não temos referências para este tipo de festival e que exige novas técnicas e é diferente do convencional. A nossa expectativa é conseguir tornar o teatro acessível a todos”, detalha.
Depois da realização da fase experimental, em 2017, e da primeira edição no ano passado, sem nenhum financiamento, este ano as coisas começaram a sorrir para Companhia organizadora, que já vê algum interesse por parte de empresas nacionais e organizações estrangeiras em financiar o projecto.
Refira-se que Kuphanda surgiu da companhia de artes ” Makwerhu, existente há mais de 15 anos. A primeira edição do festival de rua teve lugar no ano passado, com o intuito de promover arte dentro das zonas suburbanas.

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